Entenda
particularidades da canonização de João Paulo II e João XXIII
Os papas João Paulo II e João
XXIII serão canonizados no dia 27 de abril em uma cerimônia presidida pelo Papa
Francisco em Roma. Trata-se da primeira canonização conjunta de dois Papas na
história da Igreja.
O próprio Papa Francisco
justificou a decisão de realizar no mesmo dia a canonização dos seus dois
predecessores. “Fazer a cerimônia de canonização dos dois juntos quer ser uma
mensagem para a Igreja: estes dois são bons, eles são bons, são dois bons”.
O doutor em Direito Canônico,
padre Cristiano de Souza e Silva, explica que, ao declará-los santos, a Igreja
comprova que esses dois beatos deram a vida por amor a Cristo e aos irmãos e,
convida os homens e mulheres de hoje a fazerem o mesmo.
“Acredito que essa canonização
será um grande sinal para nós de que o tempo dos milagres não passou, esse
milagre acontece todos os dias através do testemunho de homens e mulheres de
Deus que abraçam a causa de Cristo e do Evangelho.
Então também nós somos chamados a
realizar esse milagre no nosso dia a dia, como padres, leigos, porque ser santo
não é realizar milagre extraordinário, mas conseguir viver a fidelidade ao
compromisso com o Senhor todos os dias da nossa vida.”
A data da cerimônia, 27 de abril,
insere-se no contexto da Festa da Divina Misericórdia, devoção propagada por
João Paulo II, e das celebrações dos 50 anos do Concílio Vaticano II, convocado
por João XXIII.
“Datas significativas são
importantes para o povo de Deus e tem muito a ver com a vida e missão daquela
determinada pessoa”, explica o padre.
João Paulo II
Karol Józef Wojtyła nasceu em 18
de maio de 1920 em Wadowice na Polônia. Foi eleito Papa em outubro de 1978 e
morreu no dia 2 de abril de 2005. Teve um dos pontificados mais longos da
Igreja, 27 anos.
Sua beatificação aconteceu em 1º
de maio de 2011 numa cerimônia que reuniu mais de 1 milhão de pessoas e foi
presidida pelo Papa Bento XVI, em Roma.
Uma particularidade na sua
beatificação foi a dispensa do tempo de espera de 5 anos depois da morte para
dar início ao processo. Em 1983, o próprio João Paulo II permitiu que se desse
uma dispensa destes 5 anos para iniciar alguns processos considerados “claros”.
No seu caso, foi a fama de santidade que fez com que Bento XVI autorizasse a
dispensa.
Do dia de sua morte até o dia do
seu funeral, mais de três milhões de peregrinos prestaram-lhe homenagem e a
multidão aclamava-o como “santo súbito”.
“É um trabalho que tornou
tangível historicamente o julgamento do povo de Deus sobre a santidade,
frequentemente com o grito ‘Santo súbito’, sob a onda de emotividade coletiva
que nós acompanhamos já nos dias precedentes e posteriores à morte do Papa”,
explicou o postulador da causa, monsenhor Slawomir Oder.
João XXIII
Angelo Giuseppe Roncalli nasceu
em 25 de novembro de 1881 em Sotto il Monte, diocese e província de Bérgamo,
Itália. Foi eleito Papa em outubro de 1958 e morreu dia 3 de junho de 1963. Foi
Beatificado por João Paulo II em 3 de setembro de 2000.
Embora seu pontificado tenha
durado menos de cinco anos, escreveu as Encíclicas “Pacem in terris”,
sobre a paz, e “Mater et magistra”, sobre a questão social
à luz da doutrina cristã. Além disso, convocou o Sínodo romano e instituiu uma Comissão para a revisão do Código de Direito Canônico. Seu feito mais memorável foi a convocação do Concílio Ecumênico Vaticano II.
à luz da doutrina cristã. Além disso, convocou o Sínodo romano e instituiu uma Comissão para a revisão do Código de Direito Canônico. Seu feito mais memorável foi a convocação do Concílio Ecumênico Vaticano II.
O pouco tempo à frente da Igreja
Católica foi suficiente para que o povo o reconhecesse como “O Papa Bom”,
devido às suas obras de misericórdia e sentimento de paternidade para com
todos.
Uma particularidade na sua
canonização foi a dispensa da comprovação do segundo milagre. É necessário o
reconhecimento de um milagre para se tornar beato e de um segundo milagre para
se tornar santo. O doutor em Direito Canônico explica que o Papa pode realizar
essa dispensa.
“A dispensa é possível sim porque
às vezes existem testemunhos de milagres que por si já seriam suficientes para
comprovação dessa santidade de vida. Depois, já faz muito tempo da morte de
João XXIII, então às vezes não é fácil para nós encontrarmos pessoas que
viveram naquele tempo. Comprová-los seria muito difícil. Fala-se de uma
quantidade de milagres, temos milagres documentados, mas alguns de difícil
comprovação justamente pelo tempo histórico da realização desses milagres.
Então é um discernimento da Igreja já que temos um milagre já comprovado”.
Fonte: Canção Nova
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