A arma da oração!
O vigésimo nono domingo do tempo comum nos apresenta a necessidade
de rezar. Contemplando o livro do Êxodo observamos que o poder da oração é a
maior arma do cristão batizado: "Josué fez o que Moisés lhe tinha mandado
e combateu os amalecitas. Moisés, Aarão e Ur subiram ao topo da colina. E,
enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia; quando abaixava a
mão, vencia Amalec. Ora, as mãos de Moisés tornaram-se pesadas. Pegando então
uma pedra, colocaram-na debaixo dele para que se sentasse, e Aarão e Ur, um de
cada lado sustentavam as mãos de Moisés. Assim, suas mãos não se fatigaram até
ao pôr do sol, e Josué derrotou Amalec e sua gente a fio de espada"(cf.
Ex. 17,10-13). Da mesma maneira nós devemos elevar as mãos para os céus, com
grande confiança e pedir a Deus o que mais nos ajudará na nossa caminhada neste
mundo, para vencer o inimigo, o pecado e procurar viver a graça santificante.
Jesus, no Evangelho conta a parábola da viúva injustiçada e do
Juiz iníquo. Parece muito atual esta parábola e ela nos ensina a viver a
primeira virtude para todo aquele que governa, que tem poder judiciário: SER
JUSTO. Fazer justiça não é aplicar a sua vontade, os seus caprichos mais a
justiça conforme o direito e desprovido de qualquer ÓDIO, de qualquer RIVALIDADE,
de mínima VINGANÇA ou espírito de VANGLÓRIA.
A palavra do Evangelho é cortante: "Na mesma cidade havia uma
viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo:'Faze-me justiça contra o meu
adversário!' Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: 'Eu
não temo a Deus, e não respeito homem algum. Mas esta viúva já me está
aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!''E o
Senhor acrescentou:'Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus, não fará
justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai
fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o
Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a
terra?"(cf. Lc 18,3-8).
Nós somos chamados a ser justos em qualquer situação. Só o Justo,
o imparcial, o benigno distribui a justiça que vem de Deus. Não podemos
perseguir os outros apenas para demonstrar que somos mais poderosos, que somos
superiores ou os melhores. O Papa Francisco tem insistido muito na misericórdia.
Ele não quer sacrifícios mas não quer que nenhum de seus filhos se perca. Por
isso o bom juiz é aquele que é JUSTO, que não julga por paixão.
Peçamos a Deus, elevando as mãos para o céu, que nunca sujemos
nossas mãos com a lepra da injustiça, da perseguição, da perversidade. Nossa
oração somente será agradável se fizermos justiça e tenhamos misericórdia.
Rezemos que Deus nos atenderá! Nossa arma não pode ser o ódio ou a difamação.
Nossa arma é a oração, a oração verdadeira. Para rezar temos que tirar de
nossos olhos os olhares furiosos da maldade. Deus não escuta a oração do juiz
injusto, mal e perverso. Sejamos simples e humildes, dando sempre uma segunda
chance ao pecador que seremos ouvidos por Deus.
Dom
Eurico dos Santos Veloso
Colunista
do Portal Ecclesia.