Simplicidade
de Francisco foi o que conquistou os jovens
Quem não se lembra do fervor da
juventude em torno do Papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Juventude no
Rio de Janeiro? Para o bispo da diocese de Caruaru (PE) e membro da Comissão
Episcopal para a Juventude, Dom Bernadino Marchió, a simplicidade do Papa
Francisco foi o que mais se destacou na relação entre o Pontífice e os jovens,
especialmente durante a JMJ.
O Papa é muito simples, enfatizou
Dom Bernardino. “A sua pessoa, seu estilo de vida atrai o mundo inteiro e
especialmente a juventude, que quer relacionamentos diretos e simples. O Papa,
chegando ao Rio de Janeiro, já naquele primeiro momento em que ficou preso no
trânsito, conseguiu mostrar que ele estava bem com o povo”.
Em seu primeiro discurso no Brasil, Francisco destacou aos jovens
que Cristo abre espaço para eles, pois conhece a poderosa energia que sai do
coração da juventude que encontra Sua amizade. “Cristo ‘bota fé’ nos jovens e
confia-lhes o futuro de sua própria causa: ‘Ide, fazei discípulos’”, disse o
Santo Padre.
Com um jeito simples e atencioso,
Francisco chegou a mencionar um ditado popular muito utilizado no Brasil pelos
pais em relação a seus filhos: os filhos são a menina dos nossos olhos.
Partindo desse ditado simples, ele lançou mais uma reflexão profunda: “A
juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo e, por isso, nos impõe grandes
desafios”.
O bispo recorda o que diz
Francisco: “O pastor deve sentir o cheiro das ovelhas. E ele mostra que coloca
isso em prática. Aproxima-se das pessoas, abraça-as e acolhe-as. Isso dá muita
alegria aos jovens que também não têm medo de se aproximar dele”.
Em muitos momentos, Francisco tem se dirigido aos
jovens com particularidade. Dom Bernardino acredita que as palavras do Papa não
são apenas para agradar a juventude, mas significa um estilo de aproximação.
Segundo ele, os jovens percebem que o Santo Padre confia neles, logo,
aproximam-se, e querem ouvir seus ensinamentos.
No entanto, a relação do Papa com
os jovens não se resume em palavras. Francisco está preocupado com os desafios
da juventude. “O Papa mostrou isso não só no Rio de Janeiro, mas também
em muitos outros encontros no mundo inteiro. Por onde ele vai, sempre se
encontra com os jovens, e estes acorrem ao seu redor, para se sentirem
estimulados e desafiados para continuar a viver bem seus sonhos e seus projetos”,
explicou o bispo.
A juventude é um período em que,
segundo Dom Bernardino, as pessoas tendem a procurar ídolos e referenciais. O
bispo percebe que os jovens veem o Papa como um grande líder, uma referência.
Mas para que esta relação não fique apenas nas boas intenções, Dom Bernardino
deixa um conselho.
“Para responder a tudo aquilo que
o Papa está dizendo, os jovens precisam se organizar nas comunidades. Nós
estamos vendo também esse florescimento de grupos, de pastorais juvenis,
movimentos e carismas que estão cada vez mais se organizando. Isso é importante.
Precisamos sonhar juntos e dar espaço aos jovens nas organizações paroquiais”.
Testemunho
A reciprocidade na relação com o
Papa é verdadeira. Ao menos, é o que mostra a história do jovem Eduardo Campos,
20 anos, morador da cidade do Rio de Janeiro.
Desde criança, ele frequentou
igrejas protestantes, mas, após a renúncia de Bento XVI, quis conhecer melhor a
fé católica. Participou da Jornada Mundial da Juventude, em julho, com o Papa
Francisco. Logo depois, converteu-se ao Catolicismo. Segundo Eduardo, desde
então, sua relação com Francisco se assemelha à de um discípulo que deseja
aprender com o mestre.
“Ele me ajuda a viver a caridade,
o amor; ensina-me a ser humilde. Identifiquei-me com ele, porque, apesar de
toda a sua importância, não deixou a humildade de lado. Ele mostra que é o
Santo Padre, mas que também é uma pessoa comum; ele é do povo. Ele me ensina
que, independente da nossa posição, devemos sempre preservar a humildade”.
Na Missa de envio, última celebração da JMJ,
Eduardo exibiu um cartaz que dizia: “Santo Padre, sou evangélico, mas eu te
amo!! Ore por mim e pelo Brasil! ‘Tu és Pedro…’”. O cartaz foi mostrado pelas
câmeras de televisão e teve grande repercussão nas redes sociais.
Hoje, graças à sua experiência
pessoal com Francisco, conforme testemunha, Eduardo pratica a fé católica
participando da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz (RJ) onde
faz pastoral de rua com o JMC (Jovens Missionários Católicos).
Fonte: Canção Nova