Conflito
na Síria: "o uso da violência nunca gera paz"
Mais
uma vez o mundo se encontra sobre o alarme de uma guerra com consequências
inimagináveis! Mais uma vez a insanidade da guerra se sobrepõe ao valor do
diálogo! Mais uma vez o apego ao poder e a ganância toma corações que deveriam
estar dispostos em promover a paz e a concórdia entre as pessoas!
A
crise na Síria teve início em 2011. Tudo iniciou quando um grupo de 14 crianças
escreveu em um muro na cidade de Daara um slogan relacionado às revoltas que
ocorriam no Egito e na Tunísia. O povo sírio passou a pedir mais democracia e a
resposta do presidente Assad foi a retaliação, quando forças nacionais abriram fogo
contra a população desarmada que manifestava. Aos poucos, foram surgindo ações
de oposição ao governo do presidente, que chegou a formar com partidos
clandestinos e dissidentes o Conselho Nacional Sírio, uma frente antigoverno.
Um segundo grupo surgiu para se opor a ideologia islâmica deste Conselho, foi o
Comitê de Coordenação Nacional. A luta armada é encabeçada por dissidentes do
exército e se organizam com o nome de Exército Livre da Síria.
Segundo
a ONU mais de 100 mil pessoas foram mortos desde o início dos conflitos; outros
afirmam que já ultrapassou os 200 mil. Estima-se que mais de 6 milhões
necessitem de assistência humanitária e ultrapassa-se a cifra dos 2 milhões de
refugiados. Em meio ao caos na Síria, serviços básicos como saúde, educação e
alimentação já não acessíveis a grande parte da população. Além de tudo isso,
afirma-se agora na comunidade internacional, o uso de armas químicas e premente
uma intervenção internacional.
A
oposição a intervenção militar está embasada no princípio de que com a guerra
não se ganha nada, muito pelo contrário, se perde tudo. Deve-se optar pela paz
e pelo diálogo internacional para que o conflito encontre seu término. As
grandes potências do mundo ou fecham os olhos para o sofrimento dos milhões de
sírios, tratando-os com desprezo e fechando os ouvidos para os clamores que
brotam das dores e perdas na Síria ou encontram a solução no desejo de fazer o
governo de Assad pagar por todo mal e sofrimento impetrado na vida dos sírios.
O
som das bombas não pode se ser mais e sufocar o grito de quem sofre. O povo
sírio já vive um inferno e não precisa de mais fogo neste abismo. Não se pode
conceber que a guerra seja o caminho mais simples e mais fácil. Não é a cultura
do atrito, do conflito, da violência que constrói a convivência entre pessoas e
povos, mas o diálogo. É o único caminho para a paz. Trata-se de vidas, de
histórias, de pessoas, que sofrem, que perdem vidas. Não são simples bonecos
entre os interesses, nem sempre humanitários, dos países. É preciso que se acredite
na paz, que se eleve de todos os cantos do mundo o clamor por ela. O papa
Francisco foi enfático: “Nunca mais à guerra! A paz é um dom precioso demais;
deve ser promovido e tutelado.” É preciso que o grito pela paz chegue a ser tão
grandioso que todos os lados cheguem à sanidade da verdade e deponham as armas.
Em
meio à onda de guerra, lembremos de quantos que não poderão ver a luz do futuro
pelas ações impensadas! “O uso da violência nunca gera paz. Guerra chama
guerra, violência chama violência!” – pede o papa Francisco: “Com toda a minha
força, peço aos envolvidos neste conflito que ouçam as suas consciências, que
não se fechem em seus interesses, mas vejam o próximo com seu irmão, que
empreendam com coragem e decisão o caminho do encontro e das negociações
superando cegas contraposições.”
Para
que a paz seja a palavra definitiva em todo e qualquer conflito, Francisco
convocou toda a Igreja a rezar no dia 7 de setembro para a paz na Síria, para a
paz que é bem-aventurança que Cristo no convida a viver, para a paz que deve
brotar do coração de cada homem e mulher de boa vontade! Unamo-nos pela paz!
Unamo-nos em favor uns dos outros! Unamo-nos em favor dos que mais sofrem!
Unamo-nos por aqueles que se encontram desesperançosos!