Alegria
de Deus é perdoar, diz Papa no Angelus
No
Angelus no último domingo, 15, o Papa Francisco afirmou que “a alegria de Deus
é perdoar”. “É a alegria de um pastor que reencontra a sua ovelha; a alegria de
uma mulher que reencontra a sua moeda; é a alegria de um pai que recolhe em
casa, o filho que estava perdido, estava morto, e voltou à vida”.
Francisco
refletiu sobre a liturgia deste domingo, e afirmou que nesta passagem (cf. Lc
15) está todo o Evangelho, todo o Cristianismo. O capítulo 15 do Evangelho de
São Lucas contém as três parábolas da misericórdia, e que falam da alegria de
Deus: a da ovelha perdida, da moeda perdida e a do filho pródigo.
“Mas
olhem que não é sentimento, não é ‘ser bonzinho’! Pelo contrário, a
misericórdia é a verdadeira força que pode salvar o homem e o mundo do ‘câncer’
que é o pecado, o mal moral, espiritual. Só o amor preenche os espaços vazios,
os abismos negativos que o mal abre no coração e na história”.
Papa
Francisco destacou que Jesus é todo misericórdia, todo amor: é Deus feito
homem. E cada um de nós é a ovelha perdida, a moeda perdida, é o filho que
desperdiçou sua liberdade seguindo ídolos falsos, ilusões de felicidade, e
perdeu tudo. Entretanto, afirmou o Santo Padre, “Deus não se esquece de nós, o
Pai nunca nos abandona. Respeita a nossa liberdade, mas permanece sempre fiel.
E quando voltarmos a Ele, nos acolhe como filhos, em sua casa, porque ele não
pára nunca, nem por um momento, de nos esperar, com amor. E o seu coração está
em festa por cada filho que retorna”.
“Qual
é o perigo? Que supomos ser justos, e julgamos os outros. Julgamos também Deus,
porque pensamos que deveria punir os pecadores, condená-los à morte, em vez de
perdoar. Então, sim, corremos o risco de ficar fora da casa do Pai! Como o
irmão mais velho da parábola, que, em vez de ficar feliz porque seu irmão
voltou, fica com raiva do pai, que o acolheu e faz festa. Se no nosso coração,
não há misericórdia, a alegria do perdão, não estamos em comunhão com Deus,
mesmo se observamos todos os preceitos, porque é o amor que salva, não só a
prática dos preceitos. É o amor a Deus e ao próximo, que realiza todos os
mandamentos”.
Em
seguida, o Papa Francisco pediu aos fiéis reunidos na Praça São Pedro que
rezassem um instante em silêncio por aquela pessoa com a qual se desentenderam.
“Vamos pensar naquela pessoa e em silêncio vamos rezar por ela e assim nos
tornaremos misericordiosos com ela”.
O
Santo Padre disse ainda que se vivermos de acordo com a lei do “olho por olho,
dente por dente”, jamais sairemos da espiral do mal. “O Maligno é inteligente,
e nos ilude que com a nossa justiça humana podemos nos salvar e salvar o mundo.
Na realidade, somente a justiça de Deus pode nos salvar! E a justiça de Deus se
revelou na Cruz: a Cruz é o julgamento de Deus sobre todos nós e sobre este
mundo”.
“Mas
como Deus nos julga?”, indagou o Papa, e explicou: “Dando a vida por nós! Eis o
ato supremo de justiça que derrotou, uma vez por todas, o Príncipe deste mundo;
e esse ato supremo de justiça é também ato supremo de misericórdia. Jesus chama
todos a seguirem este caminho: ‘Sede misericordiosos, como o vosso Pai é
misericordioso’ (Lc 6:36)”.
Fonte: Portal Ecclesia