Erroneamente se divulga que os
católicos praticam a idolatria...
É verdade que algumas pessoas da
Igreja Católica erraram nos quase dois mil anos de sua história. É de se
esperar também que uma Igreja com 1 bilhão e meio de seguidores tenha mais
erros que uma com 1 milhão de membros. Na verdade, somos santos e pecadores.
Santos enquanto instituição e, pecadores enquanto membros. No entanto, se tem uma coisa que erroneamente se
divulga é que os católicos praticam a idolatria. Idolatria, segundo o
dicionário, quer dizer adorar ídolos.
A Igreja Católica Apostólica Romana
sempre ensinou, com base Bíblica, que "Adorarás
o Senhor teu Deus, e só a ele servirás" (Dt
6,13). Não adoramos e nem devemos adorar qualquer coisa ou pessoa além do único
e Supremo Deus Trino.
Os católicos sabem que imagens são
simplesmente imagens, não tem poder em si mesmas, pois são somente sinais
Quando o povo no deserto foi picado
por serpentes Deus manda Moisés cunhar um cajado de bronze (portanto uma
imagem) com uma serpente e todo o que olhasse para este cajado seria curado.
Ora, foi o cajado que curou as pessoas? Não, o cajado de serpente representava ao
Senhor Jesus Cristo elevado na Cruz. É Ele que cura as pessoas e não a imagem
da serpente.
"Moisés fez, pois, uma serpente
de bronze, e fixou-a sobre um poste. Se alguém era mordido por uma serpente e
olhava para a serpente de bronze, conservava a vida." (Nm 21,9)
Tanto é que o povo começa adorar a
imagem como se ela fosse a responsável pela cura e o Senhor manda Moisés
destruí-la:
"Destruiu os lugares altos,
quebrou as estelas e cortou os ídolos de pau asserás. Despedaçou a serpente de
bronze que Moisés tinha feito, porque os israelitas tinham até então queimado
incenso diante dela. (Chamavam-na Nehustã)." (2 Rs 18,4)
Vemos então que o errado é a idolatria e não as
imagens. Ou seja, o errado é o ato de idolatrar imagens e não fabricá-las!
Não esqueçamos que, na época, havia o
politeísmo, ou seja, a crença em vários deuses. A proibição de Deus se refere
ao culto de adoração a alguma imagem que fosse tratada como o próprio Deus.
Como, por exemplo, o povo que faz um bezerro de ouro para adorá-lo no deserto
como se fosse o próprio Deus.
"Tiraram todos os brincos de
ouro que tinham nas orelhas e trouxeram-nos a Aarão, o qual, tomando-os em suas
mãos, pôs o ouro em um molde e fez dele um bezerro de metal fundido. Então
exclamaram: 'Eis, ó Israel, o teu Deus que te tirou do Egito'." (Ex 32,
3-4)
Algumas coisas que a Igreja ensina
sobre imagens:
"A imagem sacra, representa
principalmente Cristo. Ela não pode representar o Deus invisível e
incompreensível; é a encarnação do Filho de Deus que inaugurou uma nova
economia das imagens: 'Antigamente Deus, que não tem corpo nem aparência, não
podia em absoluto ser representado por uma imagem. Mas agora, que se mostrou na
carne e viveu com os homens, posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus
(...) Com o rosto descoberto, contemplados a glória do Senhor'". (São João
Damasceno)
"O culto cristão das imagens não
é contrário ao primeiro mandamento que proíbe ídolos. De fato 'a honra prestada
a uma imagem é prestada na verdade a pessoa a ela representada'" (São
Basílio).
"O culto da religião não se
dirige as imagens em si mesmas como realidades, mas as considera em seu aspecto
próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se
dirige à imagem, enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da
qual é a imagem." (São Thomás de Aquino)
Daniel Godri Junior