Ao abrir a Bíblia, ENCONTRAMOS A VIDA.
Neste mês de
setembro, a tradição católica celebra o Mês da Bíblia. A iniciativa foi
inspirada em São Jerônimo, que traduziu a Bíblia do hebraico para o latim no
século IV, dando origem ao que hoje conhecemos como Bíblia Vulgata.
Celebrar a
Bíblia é celebrar a vida. A luta por um sentido na vida e por dignidade é o fio
condutor que dinamiza o cânon bíblico. A presença sagrada, diluída em suas
linhas, é o que faz da Bíblia uma fonte espiritual de perfil transformador. A Bíblia
não nasce de inspirações estéreis, mas sim das raízes histórico-salvíficas que
chegam até nós por meio das releituras da fé.
A vida é o
espaço do encontro e da experiência, o “lugar” em que nasce e vive a fé. A fé
não é um mero acessório; ela é inerente à interioridade humana. Ela dilui-se
entre o humano e o transcendental e, ao mesmo tempo, forma-se no caminhar do
ser humano, na convivência, na busca, no silêncio, na palavra, no grito, na
espera.
A vida e seus
matizes cotidianos são o cenário em que se molda a fé. Como bem disse Bento XVI
em uma entrevista, a fé não é fornecida por grupos humanos, mas por Deus.
A Bíblia é um
livro marcado pela vida e pela fé dos pobres e das pessoas solidárias. Em suas
páginas, não encontramos a versão dos fortes e dos poderosos, mas a ótica
daqueles que eram socialmente ignorados. Sem a Sagrada Escritura, poderíamos
até mesmo nos convencer de que a injustiça tem a última palavra; a partir da
Bíblia, tomamos como fundamento o contrário: os desamparados recriam os
cenários históricos.