Papa proclama 19 novos cardeais, incluindo dom Orani
O papa
Francisco proclamou
neste sábado, durante uma cerimônia solene na basílica de São Pedro, que contou
com a presença do papa emérito Bento XVI, os 19 primeiros cardeais de seu
pontificado, incluindo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta.
"A
igreja precisa de nós para que sejamos homens de paz e construamos a paz",
afirmou o papa aos novos cardeais, antes de pedir que tenham "valor"
e "compaixão" ante "a dor e o sofrimento de tantos países do
mundo".
Francisco
compareceu à imensa basílica para a "criação" (termo religioso) dos
primeiros cardeais de seu pontificado, inaugurado em março de 2013.
A
cerimônia, que teve duas horas, uma das mais solenes da Igreja, contou com a
presença do papa emérito Bento XVI , de 86 anos, que retornou à basílica de São
Pedro pela primeira vez para um ato público.
Vestido
de branco e um pouco curvado, o primeiro papa a renunciar em sete séculos,
chamava a atenção na primeira fila ao lado dos demais cardeais, alguns
designados por ele, que usavam a tradicional vestimenta vermelha.
Os
dois pontífices, em um fato extraordinário na história recente da Igreja,
trocaram um abraço caloroso.
O
ritual começou com a tradicional frase em latim para a "criação de
cardeais" pelo papa, que vestia simples paramentos brancos com alguns
adornos dourados.
Entre
os 19 novos cardeais, 16 têm direito a voto em caso de conclave para a eleição
de um novo pontífice, incluindo o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani
Tempesta.
Três
dos 19 novos "príncipes da Igreja" não são eleitores, já que têm mais
de 80 anos. Um deles, Loris Francesco Capovilla, de 98 anos, secretário privado
do papa João XXIII, figura emblemática da renovação da Igreja em meados do
século XX, não compareceu à cerimônia por motivos de saúde.
Cerimônia comovente -
Os
novos cardeais receberam das mãos do papa um anel, símbolo do novo compromisso
universal com a Igreja, e o solidéu cardinalício, vermelho como o sangue dos
mártires que deram a vida para defender a fé.
Os
novos purpurados vestiam os trajes solenes vermelhos litúrgicos e estavam
emocionados, em particular os seis latino-americanos, região de Francisco e que
abriga metade dos católicos no mundo, mas que possui uma representação pequena
na hierarquia da Igreja.
A
presidente do Brasil, Dilma Rousseff, estava à frente da grande delegação do
país que acompanhou a cerimônia.
Especialmente
emotiva foi a entrega do solidéu ao sucessor de Francisco em Buenos Aires,
Mario Poli.
Um colégio menos
eurocentrista
Com
as designações, o papa argentino modifica, sem chegar a iniciar uma revolução,
o equilíbrio interno do colégio cardinalício, órgão mais importante da Igreja,
ao torá-lo menos eurocentrista.
Os
europeus continuam como a maioria no colégio de cardeais, com 61 eleitores, mas
a América Latina conta agora com 19, cinco deles do Brasil, e a América do
Norte com 15.
África
e Ásia contarão cada uma com 13 cardeais com direito a voto e a Oceania com
apenas um.
Com
as novas criações, o número de membros do Sagrado Colégio chega a 218, dos
quais 122 são "eleitores" no caso de conclave.
No
domingo, Francisco celebrou a missa na basílica de São Pedro com os novos
cardeais, que também são designados para uma igreja em Roma.
Fonte: Exame.com
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