23 de Abril
A existência do
popularíssimo são Jorge, por vezes, foi colocada em dúvida. Talvez porque sua
história sempre tenha sido mistura entre as tradições cristãs e lendas,
difundidas pelos próprios fiéis espalhados entre os quatro cantos do planeta.
Contudo
encontramos na Palestina os registros oficiais de seu testemunho de fé. O seu
túmulo está situado na cidade de Lida, próxima de Tel Aviv, Israel, onde foi
decapitado no século IV, e é local de peregrinação desde essa época, não sendo
interrompida nem mesmo durante o período das cruzadas. Ele foi escolhido como o
padroeiro de Gênova, de várias cidades da Espanha, Portugal, Lituânia e
Inglaterra e um sem número de localidades no mundo todo. Até hoje, possui
muitos devotos fervorosos em todos os países católicos, inclusive no Brasil.
A sua imagem de
jovem guerreiro, montado no cavalo branco e enfrentando um terrível dragão,
obviamente reporta às várias lendas que narram esse feito extraordinário. A
maioria delas diz que uma pequena cidade era atacada periodicamente pelo
animal, que habitava um lago próximo e fazia dezenas de vítimas com seu hálito
de fogo. Para que a população inteira não fosse destruída pelo dragão, a cidade
lhe oferecia vítimas jovens, sorteadas a cada ataque.
Certo dia, chegou
a vez da filha do rei, que foi levada pelo soberano em prantos à margem do
lago. De repente, apareceu o jovem guerreiro e matou o dragão, salvando a
princesa. Ou melhor, não o matou, mas o transformou em dócil cordeirinho, que
foi levado pela jovem numa corrente para dentro da cidade. Ali, o valoroso
herói informou que vinha da Capadócia, chamava-se Jorge e acabara com o mal em
nome de Jesus Cristo, levando a comunidade inteira à conversão.
De fato, o que se
sabe é que o soldado Jorge foi denunciado como cristão, preso, julgado e
condenado à morte. Entretanto o momento do martírio também é cercado de muitas
tradições. Conta a voz popular que ele foi cruelmente torturado, mas não sentiu
dor. Foi então enterrado vivo, mas nada sofreu. Ainda teve de caminhar descalço
sobre brasas, depois jogado e arrastado sobre elas, e mesmo assim nenhuma lesão
danificou seu corpo, sendo então decapitado pelos assustados torturadores.
Jorge teria levado centenas de pessoas à conversão pela resistência ao
sofrimento e à morte. Até mesmo a mulher do então imperador romano.
São Jorge virou um
símbolo de força e fé no enfrentamento do mal através dos tempos e
principalmente nos dias atuais, onde a violência impera em todas as situações
de nossas vidas. Seu rito litúrgico é oficializado pela Igreja católica e nunca
esteve suspenso, como erroneamente chegou a ser divulgado nos anos 1960, quando
sua celebração passou a ser facultativa. A festa acontece no dia 23 de abril,
tanto no Ocidente como no Oriente
São Jorge, rogai por nós!
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