Canonização: Papa destaca coragem de JPII e João XXIII
João Paulo II e João XXIII foram proclamados
santos, neste domingo, 27, festa da Divina Misericórdia, pelo Papa Francisco. A
cerimônia reuniu, no Vaticano, cerca de 500 mil pessoas de diversas partes do
mundo e foi concelebrada com o Papa Emérito Bento XVI. Após o rito da
canonização, Francisco celebrou a Missa e, na homilia, destacou a coragem
dos dois santos e sua docilidade ao Espírito Santo.
Na homilia, o Santo Padre lembrou que, neste
dia em que se encerra a Oitava de Páscoa, encontram-se as chagas gloriosas de
Jesus Ressuscitado, chagas que, segundo o Papa, constituem também a verificação
da fé, o sinal do amor de Deus. Ele destacou que João Paulo II e João XXIII
tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus e tocar as suas mãos
chagadas.
“Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não
se escandalizaram d’Ele, da Sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão
(cf. Is 58, 7), porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens
corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade
de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo”.
Francisco recordou que esses dois santos
foram sacerdotes, bispos e Papas do século XX. Embora tenham conhecido
tragédias, não foram vencidos por elas, pois Deus era mais forte neles. Ele
também destacou a esperança viva que revestia João Paulo II e João XXIII, uma
esperança vinda da Ressurreição de Cristo.
“A esperança e a alegria pascais, passadas
pelo crisol do despojamento, do aniquilamento, da proximidade aos pecadores
levada até ao extremo, até à náusea pela amargura daquele cálice. Estas são a
esperança e a alegria que os dois santos Papas receberam como dom do Senhor
Ressuscitado, tendo-as, por sua vez, doado em abundância ao povo de Deus,
recebendo sua eterna gratidão”.
Enfatizando que são os santos que levam a
Igreja adiante e a fazem crescer, Francisco lembrou que, na convocação do
Concílio Vaticano II, João XXIII demonstrou delicada docilidade ao Espírito
Santo. “Este foi o seu grande serviço à Igreja; foi o Papa da docilidade ao
Espírito”.
Já João Paulo II, em seu serviço ao povo de
Deus, foi o Papa da família. “Ele mesmo disse uma vez que assim gostaria de ser
lembrado: como o Papa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos
a viver um caminho sinodal sobre a família e com as famílias, um caminho que
ele seguramente acompanha e sustenta do Céu”.
Francisco encerrou a homilia pedindo a
intercessão dos dois santos para que, nesses dois anos de caminho sinodal, a
Igreja seja dócil ao Espírito Santo no serviço pastoral à família. “Que ambos
nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no
mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre
ama”.
Na canonização dos dois beatos, estavam
presentes mais de 120 delegações, das quais 24 são entre chefes de Estado e
monarcas e 10 chefes de governo. O número de voluntários chegou a 26 mil
e o de policiais, 10 mil.
Ao fim da celebração e antes de rezar o Regina
Coeli, oração mariana no tempo pascal,Francisco saudou e agradeceu a todos os que se empenharam nos preparativos
da canonização e a todos os que participaram, inclusive pelos meios de
comunicação.
“O meu reconhecimento vai às delegações
oficiais de tantos países, que vieram para prestar homenagem aos dois
Pontífices que contribuíram de maneira indelével para a causa do
desenvolvimento dos povos e da paz”, disse.
Fonte: Canção Nova
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