Não
tenham medo das perseguições, pede Papa em homilia
Quando
se anuncia o Evangelho, vai-se ao encontro das perseguições. Foi o que afirmou
o Papa Francisco, na Missa desta sexta-feira, 4, na Casa Santa Marta. O
Pontífice destacou que hoje, talvez, haja mais mártires que nos primeiros
tempos da Igreja, e exortou os fiéis a não terem medo de incompreensões e
perseguições.
O coração dos ímpios
que se afastam de Deus querem apropriar-se da religião. Papa Francisco
desenvolveu a homilia partindo do trecho do Livro da Sabedoria, na Primeira Leitura.
Ele observou que os inimigos de Jesus preparam-lhe armadilhas, porque Ele se
opunha às suas ações. Em toda a história da salvação, os profetas foram
perseguidos, lembrou Francisco
“O Evangelho de hoje
é claro, não? Jesus se escondia, nesses últimos dias, porque ainda não tinha
chegado a Sua hora, mas Ele sabia qual seria o Seu fim. Ele foi perseguido
desde o início. Recordemos quando, no começo de Sua pregação, Ele volta ao Seu
país, vai à sinagoga e prega; logo depois de uma grande admiração, as pessoas
começam a dizer: ‘Mas este sabemos de onde é. Este é um de nós. Mas com que
autoridade vem nos ensinar? Onde estudou?’”, lembrou o Papa.
Isso acontecia,
segundo explicou Francisco, porque Jesus saía e fazia sair daquele ambiente
religioso fechado, daquela gaiola. O Papa prosseguiu dizendo que o profeta luta
contra as pessoas que engaiolam o Espírito Santo; são perseguidos ou
incompreendidos, deixados de lado. E essa situação não terminou com a Morte e
Ressurreição de Cristo, mas continuou na Igreja. Como exemplo, o Papa citou a
vida dos santos, que foram submetidos a tantas perseguições e incompreensões,
porque foram profetas.
“Todas as pessoas que
o Espírito Santo escolhe para dizer a verdade ao povo de Deus sofrem
perseguições. E Jesus é justamente o modelo, o ícone. Ainda hoje, os cristãos
são perseguidos. Ouso dizer que há tantos ou mais mártires agora do que nos
primeiros tempos, porque a esta sociedade mundana, a esta sociedade um pouco
tranquila, que não quer problemas, dizem a verdade, anunciam Jesus Cristo”.
Francisco recordou a
situação de tantos cristãos que vivem em países nos quais é proibido manifestar
a fé. Ele contou que um católico que mora em um desses países lhe disse que não
se pode rezar juntos, somente sozinho e escondido. Para celebrar a Eucaristia,
fingem que estão em uma festa de aniversário e ali celebram o sacramento e,
quando vêem os policiais chegarem, escondem tudo e continuam com a festa.
Essa história de
perseguição, segundo o Papa, é o caminho daqueles que seguem o Senhor, um
caminho que termina sempre como Ele: com a Ressurreição, mas passando pela
cruz. O Santo Padre dirigiu seu pensamento ao padre Matteo Ricci, evangelizador
na China, que não foi compreendido, mas obedeceu como fez Jesus.
“Sempre existirão
perseguições, incompreensões! Mas Jesus é o Senhor e este é o desafio e a cruz
da nossa fé! Que o Senhor nos dê a graça de seguir pelo seu caminho mesmo se
isso acontece com a cruz das perseguições”.
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