31
de Março
Guido
nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália.
Após concluir seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde
recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direção
espiritual de Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela
Igreja, viveu observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um
exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação. Três
anos depois, seu diretor o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse
afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a
comunidade cristã.
No
convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi
eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma,
que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo como diretor espiritual e se tornaram
religiosos. Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão
almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma
para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como
conselheiro espiritual.
Guido
cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram,
despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na
viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São
Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046.
Imediatamente,
graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego
recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão. Outros milagres
se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que
as autoridades religiosas o trasladassem ao convento. Foi necessário que o
próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral
de Spira. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada
de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido.
A
história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é
o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge
solitário, sua vocação original, mas nunca pode exerce-la na sua plenitude,
teve que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom
de músico apurado, talento que usou voltado para a fé. Quando pensou que
poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa
do Pai, já gozando a fama de santidade.
São Guido, rogai por nós!
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