Cristãos
e muçulmanos se unem para combater a escravidão
A
Igreja Católica Romana, a Igreja da Inglaterra e a Al-Azhar, influente
instituição de ensino muçulmana sunita, com sede no
Cairo, se reuniram nesta segunda-feira para uma rara demonstração de ação
interreligiosa, ao pedirem o fim a escravidão moderna num prazo
máximo de 20 anos.
Em
sua declaração conjunta estabelecendo a criação da "Rede da Liberdade
Global", eles declararam que "a exploração física, econômica e sexual
de homens, mulheres e crianças" aprisiona 30 milhões de pessoas em todo o
mundo na escravidão.
Além
de estabelecer um dia mundial de oração pelas vítimas da escravidão, as
religiões concordaram em agir para que "suas cadeias de suprimentos e
investimentos sejam à prova de escravidão, tomando medidas corretivas para
isso, se necessário" e em pressionar governos e empresas a fazerem o
mesmo.
As
relações entre o Vaticano e a Igreja Anglicana (da Inglaterra) são cordiais,
embora haja divergências como no papel da mulher nas instituições religiosas e
na questão dos homossexuais, enquanto os laços de Roma com a Al-Azhar estão
mais próximos após três anos de gélida separação.
O
bispo Marcelo Sánchez Sorondo, que assinou o documento em nome do Vaticano,
disse que o papa Francisco descreveu o tráfico humano e escravidão moderna,
variando entre o trabalho sexual forçado a trabalho agrícola sem remuneração,
como um "crime contra a humanidade".
Ele
disse que o raro exemplo de cooperação entre as comunidades católica e
anglicana e Al-Azhar poderia ajudar a construir laços mais estreitos entre as
religiões.
"Acho que esta é
a primeira vez que trabalharam juntos desta maneira", disse ele a
jornalistas na cerimônia de assinatura, acrescentando que as relações
interreligiosas requerem estudo e tratamento cuidadoso.
"Mas
para outras questões, questões humanas, os valores comuns da humanidade,
podemos trabalhar juntos e isso pode ser importante para o caminho
teórico", disse ele.
Fonte: Exame.com
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