Papa pede defesa das crianças
desde o ventre materno
O
Papa Francisco presidiu a Santa Missa, deste domingo, 25, na Praça da
Manjedoura, em Belém, local onde, segundo a tradição cristã, Jesus nasceu. A
Celebração faz parte das atividades do Santo Padre, em sua visita à Terra
Santa, que prossegue até esta segunda-feira, 26.
Na homilia, o
Pontífice refletiu sobre a citação do Evangelho que diz: “Isto vos servirá de
sinal: encontrareis um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura” (Lc
2, 12). E ressaltou que, o menino Jesus, que nasceu em Belém, foi “o sinal dado
por Deus” a quem esperava a salvação, entretanto, é um sinal que permanece para
sempre, “da ternura de Deus e da sua presença no mundo”.
Francisco explicou
que também hoje as crianças são um sinal de esperança, de vida e também um
“diagnóstico” para compreender o estado de saúde de uma família ou sociedade.
“Quando as crianças são acolhidas, amadas, protegidas, tuteladas, a família é
sadia, a sociedade melhora, o mundo é mais humano”, disse.
O Menino de Belém é
frágil, como todos os recém-nascidos, por isso, destacou o Papa, como qualquer
criança, ele precisa ser ajudado e protegido. “Também hoje as crianças precisam
de ser acolhidas e defendidas, desde o ventre materno”.
O
Pontífice chamou a atenção para uma realidade contraditória: neste mundo que
desenvolveu as tecnologias mais sofisticadas, ainda há muitas crianças que
vivem em condições desumanas, à margem da sociedade. Há crianças maltratadas,
exploradas, escravizadas, vítimas de violência e de tráficos ilícitos ou ainda,
crianças exiladas, refugiadas, que, por vezes, acabaram vítimas de naufrágios.
“De tudo isto nos envergonhamos hoje diante de Deus. Deus que Se fez Menino”,
enfatizou.
Francisco questionou
os fiéis sobre qual sua atitude diante de Jesus Menino: São como Maria e José
que acolhem e cuidam de Jesus ou como Herodes que quer matá-lo? São como os
pastores, que se apressam para adorá-lo ou ficam indiferentes?
Talvez aquela criança
chore, diz o Papa, por fome, frio ou porque quer colo. “Também, hoje, as
crianças choram (e choram muito!), e o seu choro interpela-nos. Num mundo que
descarta diariamente toneladas de alimentos e remédios, há crianças que choram,
sem ser preciso, por fome e doenças facilmente curáveis”, alertou.
Cada criança que
nasce e cresce, explicou o Pontífice, é sinal de diagnóstico, que permite
verificar o estado de saúde de sua família, de sua comunidade e sua nação.
“Deste diagnóstico franco e honesto, pode brotar um novo estilo de vida, onde
as relações deixem de ser de conflito, de opressão, de consumismo, para serem
relações de fraternidade, de perdão e reconciliação, de partilha e de amor”,
concluiu.
Após a Santa Missa,
Francisco almoçou com algumas famílias da Palestina no Convento Franciscano de
Casa Nova em Belém. Ainda nesta manhã, o Papa encontrou-se com as
autoridades palestinas e
reiterou seu pedido de paz e liberdade religiosa.
Fonte: Canção Nova